Em 2005, o bairro do Brás em São Paulo nada tem a ver com o do início do século 20. Naquela época, quem andava por ruas como a Caetano Pinto, a Piratininga, a Rangel Pestana e outras ouvia o italiano per tutti dos seus moradores, que faziam rixas com os espanhóis também residentes no local. Hoje em dia, o que se vê são um monte de bolivianos ali, hablando cosas e trabajando mais de 15 horas por dia em confecções têxteis em regime de escravidão, sob condições degradantes.
Por volta de 1920, eram vistas várias chaminés no bairro, até então industrial. E também seus cortiços. Agora, várias lojas, shoppings e camelôs - estes últimos tomaram as calçadas, seja na rua Oriente, no Largo da Concórdia, na Rangel. Ah, Brás que não existe mais, como acabaram com você!
Na Celso Garcia do começo do século 21, prédios e galpões abandonados. No lugar dos antigos cinemas (e haviam tantos, meu Deus!), igrejas evangélicas, enormes templos. Antes, o Fanfulla. Hoje, o Jornal do Brás, no qual eu conto histórias reais do bairro atualmente, como repórter. Na foto acima, imagem do Brás vista do alto (Google Maps). O azul mostra o Largo da Concórdia.