Bolivianos festejam Alasitas

Por Eduardo Cedeño Martellotta 
Dia 24 de janeiro último a comunidade boliviana residente em São Paulo comemorou na rua Coimbra, bairro do Brás, a tradicional Festa de Alasitas.
Alasitas é uma feira que reúne todas as camadas sociais da Bolívia, centrada em miniaturas, que fazem parte do imaginário dos aymarás, nome de um povo e respectiva língua da Bolívia.
Nela se passam todos os desejos de fartura, prosperidade e sorte para o ano que se inicia. A palavra Alasita vem do idioma aymará e significa “compre de mim”. Este evento tem base na cidade de La Paz, mas também pode ser visto em outras cidades da Bolívia. Tem como principal característica a venda de miniaturas que tem uma finalidade ritual. Há, principalmente, miniaturas de coisas que fazem parte do universo doméstico, como fogões e geladeiras. Há também casas, carros, e malas de dinheiro. Galos e galinhas garantem amor.
Outras miniaturas interessantes que se pode comprar são carrinhos de supermercado cheios. Enfim, todo aquele bem material que alguém possa desejar.

Tradição de 231 anos
A tradição da feira teve início em 1781, quando o governador de La Paz, Sebastián Segurola, determinou que se celebrasse uma festa anual em homenagem à divindade pré-colonial chamada Ekeko (deus da Abundância). Essa homenagem se devia ao fato de a cidade de La Paz ter sobrevivido ao cerco comandado por Túpac Katari e que durou 109 dias (em uma das maiores rebeliões indígenas contra o domínio espanhol na região do Alto Peru). 

Comidas típicas
O boliviano Aurélio (foto ao lado) está há 4 anos em São Paulo. Reside na Mooca. Ele contou, em entrevista ao Jornal do Brás e Portal E5 Brasil, que a festa é constituída também de comidas típicas, como o prato paseño e a chicha. Segundo ele, o paseño é feito de milho (o ‘choclo’, que tem grãos grandes), carne, queijo frito e favas cozidas (vagem). Já a chicha é uma bebida fermentada cujo nome é em homenagem ao Estado da Bolívia homônimo, onde a sua população tem o costume de consumir a chicha, feita em diversas variedades, com álcool ou não, sendo uma delas feita de amendoim.
Sobre São Paulo, gosta muito da cidade que o acolhe, e se sente bem aqui. “Cerca de 80% dos bolivianos que estão aqui são costureiros. Outra parte trabalha nas áreas de informática e mecânica”, disse Aurélio.



Os pães marraqueta e sarnita fazem parte da culinária boliviana











Mamani vendeu pães do tipo colisa











Flávia vendeu cereais na rua Coimbra
















Os amigos Franklin e Luís são do Brás e também vieram curtir a festa










Jorge e Ivana degustam o “plato paseño”











Eds vendeu “tarjetas” telefônicas e canetas












A chicha do Ronald fez sucesso na festa

Eduardo Cedeño Martellotta

Jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pela FMU. Editor Geral, Redator e Repórter do Jornal do Brás (2004 a 2021). Coautor e Prefaciador de livros e antologias da Editora Matarazzo. Autor dos livros "Brás e seus Logradouros - origem e história", "Vamos falar de Jundiaí?", "Anos 90 Palmeirenses - Da Quebra do Tabu à Conquista da América" e "21 Contos nos Bairros de São Paulo". Trabalhou nas Rádios DaCidade AM e Terra AM. Criador e Editor do Portal E5 (2010 a 2024).

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