Cardiologistas alertam que o estilo de vida é o principal responsável pelo quadro e é cada vez mais comum que pessoas jovens sofram de problemas cardíacos
A
cada 90 segundos, um brasileiro morre em decorrência de
alguma doença cardiovascular, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC). As mortes por complicações do sistema cardíaco equivalem a 30% do número
total, chegando a 400 mil óbitos por ano.
De
acordo com o cardiologista André Gabriel Correa Neto, que atua no AME Itu,
gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João
Amorim", estima-se que, anualmente, cerca de 17 milhões de pessoas no
mundo morram em função de infarto, hipertensão, insuficiência cardíaca, entre
outras doenças cardiovasculares.
"Em
uma sociedade que, a cada ano, cresce e envelhece mais, como é o caso da
brasileira, o cuidado com a saúde cardíaca e a valorização do médico
cardiologista são fundamentais para garantir a longevidade e bem-estar da
população", alerta o Dr. André.
Segundo
o médico, entre os problemas cardíacos que mais atingem os brasileiros está a
doença isquêmica do coração, relacionada ao infarto agudo do miocárdio,
insuficiência cardíaca e ao acidente vascular encefálico. Dr. André ressalta
ainda que condições patológicas como hipertensão arterial, dislipidemia -
distúrbios do colesterol /triglicerídeos -, diabetes mellitus e a obesidade
devem ser intensamente combatidas, pois são os maiores responsáveis pelo
desencadeamento das doenças cardiovasculares.
"A
melhor forma de evitar agravamento dos problemas cardíacos é fazer a prevenção,
além de adotar o hábito de visitar periodicamente o cardiologista".
O
especialista explica que durante a transição para a terceira idade, entre os 50
e 70 anos, é quando as pessoas têm uma disposição maior para o aparecimento dos
sintomas cardíacos. Mas, em decorrência do estilo de vida, essa faixa-etária
tem diminuído.
"Atualmente,
podemos observar pessoas jovens, entre os 40 e 50 anos, com problemas do
coração em função do estilo de vida. O infarto, por exemplo, pode ocorrer em
pessoas ainda mais novas. Nesses casos, muitos por associação ao uso de drogas
ou trombofilias, que são distúrbios hereditários da coagulação", explica.
Segundo
Dr. André, até os 60 anos os homens têm mais chances de terem infartos, mas, a
partir dos 70, os riscos se igualam e as mulheres passam a ter a mesma
propensão.
Prevenção
Como
a maioria dos problemas relacionados ao coração são causados pelo acúmulo de
gordura nas paredes dos vasos sanguíneos, algo que se inicia desde a infância,
quanto antes forem adotadas medidas preventivas, menores serão as chances de o
indivíduo desenvolver um infarto.
Segundo
o cardiologista, esses hábitos incluem ter uma vida saudável, com a prática
regular de atividade física e uma dieta balanceada, sem gordura, açúcar em
excesso, massas e alimentos ultra processados.
Evitar
o consumo de bebidas alcoólicas e manter a boa gestão emocional, bem como o
sono reparador, podem ser bons aliados. Por fim, o médico alerta para o
abandono ao tabagismo para as pessoas que buscam ter um coração saudável.
Tratamentos
As
doenças cardiovasculares mais comuns pertencem ao grupo das doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT) e costumam ser degenerativas e progressivas. Não
existe cura plena, mas é possível conter a progressão do quadro por meio de
tratamentos.
Existem
quadros leves e moderados, nos quais predominam as condições de vida normal ou
bem próxima de tal, proporcionando a adoção de uma rotina bem saudável. Para
casos mais graves ou terminais, quando há comprometimento da expectativa de
vida, pode ser recomendada a realização de procedimentos e até de um
transplante de coração.
"Cardiopatias
graves podem levar à incapacidade na vida pessoal e profissional do paciente.
Isso também gera desgaste físico e emocional, trazendo uma limitação laboral e,
consequentemente, a aposentadoria, muitas vezes precoce", explica. A
ciência e a tecnologia evoluíram muito e existem diversos tratamentos
disponíveis para tratar os problemas cardiovasculares. Apesar disso, a
recomendação do Dr. André é que, na medicina como um todo, a prevenção sempre é
melhor opção.
Sobre
o CEJAM
O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Cajamar, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos e Peruíbe.
Com a missão de ser instrumento transformador da
vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à
saúde, o CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema
Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico
obstetra e um dos fundadores da Instituição.
Fonte: Máquina CW