Ataques
usam a chamada engenharia social, que consiste na manipulação psicológica
do usuário para fornecimento de informações
confidenciais, como senhas e números
de cartões; saiba sobre os golpes aplicados e
como eles devem ser evitados
Desde
o começo da pandemia da Covid-19, os criminosos têm aproveitado a maior
permanência das pessoas em casa e o crescimento exponencial de transações
digitais para aplicar golpes na população. Destacam-se os crimes que usam a
engenharia social, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que
ele lhe forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões
para os criminosos, ou faça transações em favor das quadrilhas.
Levantamento
feito pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) mostra o crescimento de
165% nos golpes de engenharia social no primeiro semestre de 2021 em comparação
com o semestre anterior (2º de 2020).
No
período analisado:
• A
incidência do golpe do falso motoboy, fraude muito comum durante a pandemia, se
mantém como uma das principais investidas dos criminosos e registrou aumento de
271%
• O
volume de ocorrências do golpe da falsa central telefônica e do falso
funcionário, aumentou 62%.
• Os
ataques de phishing (golpe eletrônico que visa obter dados
pessoais do usuário, como mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a
clicar em links suspeitos ou ainda páginas falsas na internet que induzem a
pessoa a revelar dados pessoais) cresceram 26%
Para
o diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN, Adriano
Volpini, a população ainda tem um comportamento de segurança no mundo digital
diferente da que adota diante do mundo físico, em que as pessoas já se acostumaram
a tomar cuidados com carteiras, pertences e celulares, quando estão em locais
públicos e de grande movimentação. Conscientemente as pessoas sabem o que podem
ou não podem fazer, nota Volpini. Mas esse discernimento não é tão comum no
mundo digital como deveria.
"A
FEBRABAN e seus bancos associados investem constantemente e de maneira massiva
em campanhas e ações de conscientização em seus canais de comunicação com os
clientes para orientar a população a se prevenir de golpes e a ter segurança em
suas transações no ambiente digital. Queremos contribuir para o desenvolvimento
da consciência digital no Brasil", diz o diretor.
Além
da realização de campanhas educativas, os bancos investem cerca de R$ 2,5
bilhões por ano em cibsersegurança, valor que corresponde a cerca de 10% dos
gastos totais do setor com Tecnologia da Informação (TI), para garantir a
tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas.
Campanhas de educação
digital
A
FEBRABAN mais 25 bancos e a Acrefi (Associação Nacional das Instituições de
Crédito, Financiamento e Investimento) encerraram nesta sexta-feira, dia 29, a
2ª edição da Semana da Segurança Digital em 2021, que tem o objetivo de
promover a conscientização da sociedade para uso dos canais digitais de forma
segura. Nas redes da Federação, a comunicação antifraudes e golpes prosseguirá
de forma ininterrupta por meio do site antifraudes da
FEBRABAN
A FEBRABAN também
lançou no dia 13 de outubro em redes de TVs abertas e fechadas sua campanha
para alertar e orientar a população a se prevenir de fraudes intitulada Pare
& Pense #Pode ser Golpe. A campanha traz
informações e dicas para que clientes bancários se protejam de golpes aplicados
por criminosos atualmente, como o do falso motoboy, da troca de cartão, de
pedidos de dinheiro pelo WhatsApp e da falsa central ou do falso funcionário de
banco.
Adicionalmente,
os bancos também atuam em parceria com forças policiais para auxiliar na
identificação e punição de criminosos virtuais. Desde 2015, a FEBRABAN fechou
um acordo de cooperação técnica com a Polícia Federal, chamado Operação
Tentáculos, para o combate às fraudes eletrônicas bancárias. Neste período,
através dos trabalhos de inteligência e investigação da Polícia Federal, já
foram deflagradas mais de 60 operações como Boleto Real, BR 153, Creeper,
Valentina, entre outras.
A
Federação também apoiou o processo de tramitação da lei 14.155, sancionada em
maio, que prevê punições severas para fraudes e golpes cometidos em meios
eletrônicos. O texto alterou o Código Penal brasileiro para agravar penas como
invasão de dispositivo, furto qualificado e estelionato praticados em meio
digital, além de crimes cometidos com o uso de informação fornecidas por alguém
induzido ao erro pelas redes sociais, contatos telefônicos, mensagem ou e-mail
fraudulento.
Conheça os principais golpes aplicados e como
eles devem ser evitados
Golpe
do Falso Motoboy
Como é
O golpe começa quando
o cliente recebe uma ligação do golpista que se passa por funcionário do banco,
dizendo que o cartão foi fraudado. O falso funcionário solicita a senha e pede
que o cartão seja cortado, mas que o chip não seja danificado. Em seguida, diz
que o cartão será retirado na casa do cliente. O outro golpista aparece onde a
vítima está e retira o cartão. Mesmo com o cartão cortado, o chip está intacto
e os fraudadores podem utilizá-lo para fazer transações e roubar o dinheiro da
vítima.
Como evitar
Fique atento! Os
bancos nunca pedem o cartão de volta nem mandam portadores até a sua casa para
buscá-lo. Se receber esse tipo de ligação ou visita, não entregue nada para
ninguém e ligue imediatamente para o seu banco, de preferência de um celular,
para saber se existe algum problema com a sua conta.
Golpe da Falsa Central de Atendimento
Como é
O fraudador entra em
contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa
com a qual ela tem um relacionamento ativo. Informa que sua conta foi invadida,
clonada ou outro problema e, a partir daí, solicita os dados pessoais e
financeiros da vítima. E até mesmo pede para que ela ligue na central do banco,
no número que aparece atrás do seu cartão, mas o fraudador continua na linha
para simular o atendimento da central e pedir os dados da sua conta, dos seus
cartões e, principalmente, a sua senha quando você a digitar.
Como evitar
Se receber esse tipo
de contato, desconfie na hora. Desligue e entre em contato com a instituição
através dos canais oficiais, de preferência usando o celular ou aplicativos
móveis, para saber se algo aconteceu mesmo com sua conta. O banco nunca liga
para o cliente pedindo senha nem o número do cartão e também nunca liga para
pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento.
Golpe no WhatsApp
Como é
Os golpistas descobrem
o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de
WhatsApp. Com essas informações em mãos, os criminosos tentam cadastrar o
WhatsApp da vítima nos aparelhos deles. Para concluir a operação, é preciso
inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é
instalado em um novo dispositivo.
Os fraudadores enviam
uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente do
site de vendas ou da empresa em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o
código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se
tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com o código,
os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular, têm acesso
a todo o histórico de conversas e contatos. A partir daí, os criminosos enviam
mensagens para os contatos, passando-se pela pessoa, pedindo dinheiro
emprestado.
Desconfie de pessoas
pedindo dinheiro ou seus dados por aplicativos de mensagem. Geralmente os
golpistas apelam para alguma urgência falsa e pedem depósitos e transferências
via Pix para contas de terceiros ou então para pagar alguma conta.
Como evitar
Primeiro, proteja o
seu WhatsApp de invasões e clonagens. Nas configurações do aplicativo, clique
em "Conta", depois em "Confirmação em Duas Etapas" e ative
essa funcionalidade de segurança com uma senha. Você diminui a chance de
golpistas roubarem seu número. E nas configurações de privacidade, deixe a sua
foto de perfil pública apenas para os seus contatos, assim ninguém a utiliza
para golpes. Nunca compartilhe o código de segurança. E caso receba mensagens
de parentes ou conhecidos pedindo dinheiro emprestado, confirme a identidade de
quem está do outro lado.
Golpe da troca do cartão
Como é
Golpistas que
trabalham como vendedores prestam atenção quando você digita sua senha na
máquina de compra e depois trocam o cartão na hora de devolvê-lo. Com seu
cartão e senha, fazem compras usando o seu dinheiro. O mesmo pode acontecer com
desconhecidos oferecendo ajuda no caixa eletrônico. Eles se aproveitam de
alguma dificuldade sua no terminal eletrônico para pegar rapidamente o seu
cartão e depois devolver um que não é seu, ao mesmo tempo que espiam sua senha.
Como evitar
Fique sempre atento na
hora das compras. Confira se é mesmo o seu nome impresso no cartão devolvido e,
se possível, passe você mesmo o cartão na maquininha em vez de entregá-lo para
outra pessoa. Nos caixas eletrônicos, procure funcionários do banco devidamente
uniformizados, não aceite ajuda de desconhecidos.
Golpe do link falso
Como é
Um golpe em que
normalmente ofertas muito atrativas chegam por e-mail ou redes sociais como
iscas para que os usuários informem seus dados como número de CPF, conta, cartões
e senhas. Essas mensagens também podem instalar vírus e aplicativos que roubam
seus dados por meio de links maliciosos, permitindo os golpistas acessarem
todas as suas contas.
Como evitar
Desconfie de mensagens
que você não pediu ou aprovou, e de ofertas em que o desconto é tentador
demais. Fique atento ao e-mail do remetente, empresas de grande porte não
utilizam contas privadas como @gmail, @hotmail ou @terra e entidades públicas
sempre usam @gov.br ou
@org.br.
Em caso de links, confira se o endereço da página corresponde ao correto. Em
caso de dúvida, não clique.
Golpe do falso leilão
Como é
Golpistas criam sites
falsos de leilão, anunciando todo tipo de produto por preços bem abaixo do
mercado. Depois pedem transferências, depósitos e até dinheiro via Pix para
assegurar a compra. Geralmente apelam para a urgência em fechar o negócio,
dizendo que você pode perder os descontos. Mas nunca entregam as mercadorias
pagas. Além disso, os fraudadores podem se aproveitar para roubar informações
importantes como CPF e número de conta das vítimas.
Como evitar
Sempre pesquise sobre
a empresa de leilões em sites de reclamação e confira o CNPJ do leiloeiro.
Nunca faça transações financeiras em sites que não tenham o cadeado de
segurança no navegador e certificados digitais para transações, nem faça
transferências para contas de pessoas físicas.
Golpe do falso empréstimo
Como é
Organizações
criminosas se passam por falsas instituições financeiras e oferecem empréstimos
com condições muito vantajosas para o consumidor. As quadrilhas fazem anúncios
em sites na internet e oferecem crédito, com condições muito atrativas,
inclusive, prometem liberação fácil de dinheiro para consumidores negativados.
Quando o interessado preenche o cadastro nestes sites fraudulentos, os bandidos
entram em contato e pedem que ele assine um suposto contrato, mas, sem que o
usuário perceba, colocam cláusulas impondo multas, caso haja desistência. Para
que o falso empréstimo seja liberado, os bandidos pedem o pagamento de taxas e
impostos e dizem que a prática é normal.
Como evitar
A FEBRABAN alerta que
não existe nenhum tipo de empréstimo em que a pessoa tenha que fazer qualquer
tipo de pagamento antecipado, seja de impostos, de preenchimento de cadastro ou
de supostos adiantamentos de parcelas, e esclarece que este tipo de abordagem é
fraude. Em todas as operações de crédito regulares, o cliente recebe o dinheiro
e não tem que pagar nada para obter o empréstimo. Desconfie de sites na
internet que ofereçam crédito com condições vantajosas. Sempre pesquise e
verifique se a instituição é autorizada pelo Banco Central a oferecer
empréstimos
Fonte: Imprensa FEBRABAN
- Federação Brasileira de Bancos