São Paulo 468 anos: 78% dos paulistanos declaram que amam a cidade e não pretendem se mudar

 Entre as referências que ilustram a “terra da garoa”, 87% concordam que São Paulo é a melhor cidade para trabalhar

Para 77,6%, a metrópole reúne um pouco de tudo do mundo inteiro

19,3% indicam a Avenida Paulista como o endereço que mais retrata a metrópole

O pastel ficou na preferência de 15% dos paulistanos na capital da pizza, indicada por 14,6%



Avenida Paulista. Créditos: Nathana Rebouças | Unsplash


São Paulo, janeiro de 2022 - Considerada a maior cidade do Brasil e a mais populosa da América do Sul, São Paulo está entre as dez maiores do mundo e comemora 468 anos em 25 de janeiro. Se o trecho “Alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João”, da música Sampa, interpretada por Caetano Veloso, já fala muito sobre a cidade, a Hibou - empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo - preparou a pesquisa inédita “São Paulo 468 anos” para entender ainda mais as impressões dos paulistanos sobre a cidade.


Ao todo, 2900 pessoas foram entrevistadas em São Paulo, de forma digital e em campo, e entre os respondentes, 13% são paulistanos por opção, e há desde aqueles que acabaram de chegar à cidade até moradores que vivem aqui há mais de meio século.


“Durante a pesquisa, foi muito interessante perceber o quanto as pessoas abraçam São Paulo e se sentem acolhidas pela cidade. Com um tempo médio de 17 anos vivendo em SP, os paulistanos mesclam de forma inegável suas histórias com a da capital e têm conhecimento sobre o local que moram”, observa Lígia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.

 

A cidade é multifacetada e agrega múltiplas nacionalidades. Para 77,6% dos paulistanos, a metrópole reúne um pouco de tudo do mundo inteiro. Além disso, tem uma atmosfera única e não é à toa que é conhecida como a cidade que não pára e não dorme. 78% compartilham o amor por São Paulo e não pretendem se mudar tão cedo; 71% acreditam que seja um bom lugar para viver e se criar uma família; e 46,6% analisam que São Paulo está melhorando a cada ano. Mas a capital não agrada a todos, e 24,2% assumem que não gostam da cidade e desejam ir embora o quanto antes.


Por ser um importante pólo econômico, a capital oferece inúmeras oportunidades profissionais, 87% dos paulistanos concordam que é a melhor cidade para trabalhar; 87% também acredita que em São Paulo a vida acontece, principalmente, a profissional.


Meu, eu amo a gastronomia paulistana

A metrópole acolhe cidadãos do mundo e isso se reflete na pluralidade da gastronomia paulistana, onde é possível encontrar pratos típicos de diferentes origens. Mas há algumas comidas que mais representam a identidade de São Paulo. Para 15% dos paulistanos, o Pastel de Feira está no topo, enquanto o famoso Sanduíche de Mortadela ficou na última posição. O “big sanduba” foi indicado por apenas 1,3%, ficando atrás, inclusive, do Virado à Paulista, indicado por 1,4%. Também foram indicados: Pizza (14,6%); Prato Feito - PF (11,3%); Cachorro Quente (11%), Massa (7,4%); Churrasco (7,2%); Hamburguer (6%); Churrasco grego (5,1%); Feijoada (4,8%); Cuscuz paulista (4,5%); Pão na chapa (3,2%); Sushi (1,8%) e Yakissoba (1,6%).

 

As bebidas que mais representam a capital paulista surpreenderam. Se o Pastel de Feira se destacou entre as comidas, a sua dupla, o Caldo de Cana, ficou em quarto lugar, citado por 11,4%. O grande destaque foi o Café, indicado por 14,7% dos paulistanos. Ainda foram citados: Refrigerante (13,5%); Café com leite / pingado (13,4%); Cerveja (11,3%); Chopp (6%); Tubaína (5,5%); Caipirinha (4,3%); Vinho( 4,1%); Água (3,2%); Gin tônica (2%); Cachaça (1,9%); Chá (1,8%); Whisky (1,3%); Suco de laranja (1,3%); Vodca (1,1%) e Aperol Spritz (0,7%).

 

“Na capital da pizza, o pastel de feira se destacou e embora o caldo de cana acompanhe os famosos pastéis, a indicação do café foi muito interessante, pois isso nos remete ao início da construção e crescimento da cidade. A economia cafeeira foi responsável por um desenvolvimento primordial que transformou a São Paulo nesta grande metrópole global”, lembra Lígia Mello.


Avenida Paulista e locais prediletos dos Paulistanos

Entre os monumentos e pontos turísticos, parques, museus, imóveis históricos e tombados, há alguns que representam mais a cidade. A Avenida Paulista foi citada por 19,3% dos paulistanos; o MASP ganhou a atenção de 13,9%; Parque do Ibirapuera, 10,9%; Mercado Municipal, 6,6%; Ponte Estaiada, 3,6%; Catedral da Sé 3,2%; e Museu do Ipiranga, 2,8%.


Entre os endereços que mais traduzem a cidade de São Paulo, o que dominou foi a Avenida Paulista sendo indicada por 45,8%, quase metade dos paulistanos. Três ruas que dispõe de comércio a céu aberto foram indicadas: a Rua 25 de Março (16,6%), a Rua Oscar Freire (4,9%) e a Rua Galvão Bueno (2,6%). Endereços que oferecem entretenimento, encontros e gastronomia como Rua Augusta (8,4%); Beco do Batman (2,8%); Rua Avanhandava (1,6%) foram lembrados. Avenidas de passagem e que têm alta carga de trânsito tiveram seu lugar: Marginais (4,4%); Vale do Anhangabaú (4,3%); Avenida Ipiranga (3,1%); Radial Leste (2,6%); Avenida 9 de Julho (1,4%); Avenida Cruzeiro do Sul (1,3%).


“Moro em Jaçanã…”

Há músicas bem significativas para os paulistanos, a mais indicada foi Sampa (Caetano Veloso), por 10,5%; Trem das Onze (Adoniran Barbosa), um outro clássico, está nas preferências de 10,3%; São, São Paulo (Tom Zé), foi indicada por 5,8%; Augusta, Angélica e Consolação (Tom Zé), por 4,1%; Bipolar (MC Don Juan, MC Davi e MC Pedrinho), 3,4%; Não existe amor em SP (Criolo); 1,9%; Sampa Midnight (Itamar Assumpção), 1,7%; Terra da Garoa (Gabi Bueno), 1,5%; Saudosa Maloca (Demônios da Garoa), 1,5%; Envelheço na cidade (Ira), 1,5%; Hino do Corinthians, 1,3%; Chove Chuva (Jorge Ben Jor), 1,3%; Bum Bum Tam Tam (MC Fioti), 1,3%; Até que enfim (Ferrugem) e 1,3%; Atrasadinha (Felipe Araújo), por 1,1%.

Existem também personalidades icônicas. As cinco que mais representam São Paulo, segundo os paulistanos, são: Silvio Santos (7,7%); Tom Zé (4,7%); Ayrton Senna (3,9%); Adoniran Barbosa (3,7%) e Supla (3,6%).


Ibira, o parque com a cara de SP

Os mais de 80 parques da capital paulista ocupam 20% do território do município e trazem a natureza para o ambiente urbano. Entre tantas opções, quase metade dos paulistanos identificaram o Parque do Ibirapuera como sendo aquele que é a cara de São Paulo, ele liderou com 44,3% das indicações. Na sequência, estão o Parque da Água Branca (8,2%); Parque Villa Lobos (5,7%); Jardim Botânico de São Paulo (5,3%) e o Parque Burle Marx (5,1%).


Rolê no Shopping
Há quem diga que a praia do paulistano é o shopping. Na metrópole, há mais de 50 deles, e os que são considerados os melhores. De acordo com os paulistanos, os cinco melhores shoppings são: Shopping Ibirapuera (9,6%); Bourbon Shopping São Paulo (7,4%); Shopping Iguatemi (5,4%); Shopping Metrô Santa Cruz (4,8%) e o Shopping Aricanduva (4,1%). Cada um deles está em uma região da cidade, demonstrando a pluralidade de quem vive na capital.


10 Bairros de SP

“Na pesquisa, também fomos a campo e falamos com paulistanos de dez bairros, selecionados de acordo com o Mapa da Desigualdade 2021, da Rede Nossa São Paulo. Cada um apresenta características específicas e há aqueles que os moradores menos gostam. Percebemos que a segurança é o principal fator que não gostam em seus bairros, seguido pela precariedade de saúde”, analisa Ligia.


Apontada por 44,2% dos paulistanos, a segurança foi indicada como o que menos gostam nos bairros em que vivem. Com a pandemia em andamento, o tema saúde surgiu na sequência e foi citada por 19,3%. Outras cinco características indicadas foram: localização (12,5%); centros comerciais, shoppings e lojas (10,4%); transporte público (9,8%); lazer (9%); mobilidade (5,2%).


E entre os bairros, quais são os lugares que mais representam os paulistanos? Foram selecionados dez bairros, e os moradores revelaram suas preferências.


De acordo com o Mapa da Desigualdade 2021, da Rede Nossa São Paulo, 10 bairros foram selecionados e os moradores indicaram os lugares que mais representam os bairros onde moram

Metodologia

A pesquisa inédita “São Paulo 468 anos” realizada pela Hibou entrevistou 2900 pessoas, de forma digital e em campo, entre os dias 5 e 15 de Janeiro de 2022. A faixa etária dos entrevistados é formada por 28% com idade de 36 a 45 anos; 23% de 26 a 35 anos; 19% de 46 a 55 anos; 16% de 56 anos ou mais; 14% até 25 anos.
 

Sobre a Hibou
Hibou é uma empresa especializada em pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, existente há mais de 11 anos. A Hibou trabalha o tempo todo com informação e olhares inquietos sempre do ponto de vista do consumidor. A empresa produz conteúdo qualificado utilizando ferramentas proprietárias para aplicação de pesquisas e análises de profissionais com mais de 20 anos de experiência. A Hibou oferece pesquisas qualitativas, quantitativas; exploratórias; de profundidade; de campo; dublê de cliente; desk research; monitoramento de comportamento; presença de marca; expansão de região; expansão de mercado para produtos e serviços; teste de produto e hábitos de consumo.


Fonte: FR&SH



Eduardo Cedeño Martellotta

Jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pela FMU. Editor Geral, Redator e Repórter do Jornal do Brás (2004 a 2021). Coautor e Prefaciador de livros e antologias da Editora Matarazzo. Autor dos livros "Brás e seus Logradouros - origem e história", "Vamos falar de Jundiaí?", "Anos 90 Palmeirenses - Da Quebra do Tabu à Conquista da América" e "21 Contos nos Bairros de São Paulo". Trabalhou nas Rádios DaCidade AM e Terra AM. Criador e Editor do Portal E5 (2010 a 2024).

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