Livro, um sobrevivente


*Aroldo Veiga

Doze de outubro é celebrado o Dia Nacional da Leitura, instituído por lei em 2009. Mas você sabe o que mudou no mercado editorial e o que temos a comemorar? Você conhece a opinião de especialistas acerca do futuro deste hábito milenar? Sabe quais mudanças já estão em curso?

O fato é que o universo dos livros é permeado de mitos e verdades. Naturalmente você já ouviu falar nos benefícios da leitura, que desenvolve o senso crítico, a cognição, o vocabulário... Tudo isso é verdade, a ciência atesta. Contudo, será que também é verdade que o brasileiro lê pouco, que hoje em dia ninguém mais se interessa por livros?

Desde que o homem inventou a escrita, há cerca de 4 mil anos, as plataformas de leitura têm se aprimorado de acordo com cada época. Primeiro vieram os papiros, depois os pergaminhos, o papel, a imprensa... Recentemente a literatura entrou na era digital. O hábito então começou a migrar do papel para as telas, e o motivo é simples: o e-book é ecológico, mais leve, mais barato... Durante a pandemia, as vendas neste segmento cresceram 50%.   

Além disso, o livro digital é mais fácil de comprar e o acesso é imediato. O usuário ainda pode armazenar centenas de obras em um único dispositivo, ajustar o tamanho e o tipo da fonte, o nível de brilho e até cor da tela. 

Diante de tantas vantagens, eis a pergunta que não quer calar: será que tudo isso significa o fim do livro impresso? Provavelmente não! O livro já sobreviveu a guerras, ditadores e fogueiras santas. Certamente se adaptará às novas tendências de mercado e continuará vivo.     



Até porque tem o aval da ciência. Quando se trata de educação infantil, pesquisas afirmam que estudar no papel aumenta a concentração do aluno. Na Suécia, por exemplo – onde o sistema educacional é um dos melhores do mundo –, o livro digital já vinha sendo adotado há quinze anos, em paralelo com o livro impresso. Recentemente, amparado por estudos científicos, o país decidiu voltar a usar apenas livros de papel.     

O Brasil, apesar de tantos números negativos, tem muito a comemorar no que diz respeito ao consumo de livros. O país figura entre os dez maiores mercados do planeta e, apesar de tímido, o aumento nas vendas tem se mantido em constante ascensão.

O fato é que é possível conviver com as duas tecnologias, aproveitar o que há de melhor em cada uma. O mais importante é não deixar a chama da leitura se apagar. Que tal então celebrarmos o Dia Nacional da Leitura com um bom livro brasileiro?     

 

*Aroldo Veiga é especialista em Língua, Linguagem e Literatura e autor dos romances Antagônicos (2023)e Trono de Cangalha (2021).

Fonte: LC Agência de Comunicação.
Eduardo Cedeño Martellotta

Jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pela FMU. Editor Geral, Redator e Repórter do Jornal do Brás (2004 a 2021). Coautor e Prefaciador de livros e antologias da Editora Matarazzo. Autor dos livros "Brás e seus Logradouros - origem e história", "Vamos falar de Jundiaí?", "Anos 90 Palmeirenses - Da Quebra do Tabu à Conquista da América" e "21 Contos nos Bairros de São Paulo". Trabalhou nas Rádios DaCidade AM e Terra AM. Criador e Editor do Portal E5 (2010 a 2024).

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